Drops Econômico | Os juros caem - e o que pode acontecer?
A redução de juros iniciada neste início de agosto deve perdurar por todo o ano de 2023 e primeiro semestre de 2024, na ausência de tumultos internacionais.
Um nível de equilíbrio da taxa de juros tem sido estimado ao redor de 9,5%, considerando assim uma taxa real de juros (juros – inflação) ao redor de 5%.
É preciso notar que o Banco Central do Brasil foi o primeiro, dentre os seus pares internacionais, a iniciar o aumento de juros, ainda em 2021 e, talvez, aquele que foi mais intenso em termos de juros reais, que hoje alcançam 10%.
Iniciou-se, portanto, a reversão deste movimento, uma vez acomodada a inflação.
Para os próximos meses espera-se uma valorização do mercado de renda variável (bolsa, fundos imobiliários etc) e também uma pressão sobre o real, no sentido de uma desvalorização frente ao dólar / euro. Esse movimento tenderá a trazer algum benefício para as empresas exportadoras, nos médio e longo prazos.
Em especial, os setores de construção civil podem ter um ânimo novo com as perspectivas de quedas nas taxas de juros, beneficiando fundos imobiliários e ações de construtoras na bolsa de valores, que se encontram, em sua maioria, descontadas de seu valor patrimonial.
Finalmente, a redução da taxa de juros, além de incentivar o consumidor a contrair crediários e empréstimos na altura do Natal, representará a oportunidade de um crescimento econômico mais significativo em 2024. Os principais riscos ainda seriam o cenário internacional apresentar complicações e qualquer involução nas contas públicas brasileiras: eventos possíveis, mas considerados improváveis neste início de agosto.
Autor: Gustavo Inácio